29 maio 2014

Era uma vez...

Transtorno de Personalidade Borderline

Já faz algum tempo que tenho esse plano de montar um site. Na verdade apenas 1 única vez consegui realmente colocar minha vontade em prática, todas as outras ficaram sem ser ultilizada até ho diagnosticadaje.
Eram blogs para meu trabalho ou para desabafo, mas este será o meu site de tratamento. Uma espécie de diário (que não será diário), com desabafos, histórias, confissões, leituras, um pouquinho de tudo.
Mas não tudo sobre o mundo e sim sobre mim.

Passei hoje o dia todo em preparação para o layout do blog, procurando imagens, dicas, editando, criando, tudo para que este blog tivesse um gostinho especial. Exclusivo ele não é mas tem um pouquinho das coisas que eu gosto.

Principalmente, esse blog foi criado para exorcisar meus monstros, dar voz ao que nem eu mesma entendo, encontrar palavras para tudo o que não consigo colocar para fora.

Em dezembro de 2013 fui diagnosticada pela minha psicóloga, com quem me trato há pelo menos 4 anos, com Transtorno de Personalidade Bosderline. Na verdade, estava em busca de médicos que me ajudassem com minhas crises de sonanbulismo e de insônia, já tinha passado por um neurologista que me encaminhou para fazer alguns exames de sangue e Eletroencefalograma e posteriormente me encaminhou para um psiquiatra para que ele pudesse me medicar e acompanhar melhor. Quando falei para minha psicóloga que iria a um psiquiatra ela enviou para ele uma guia com informações para meu tratamento. Na guia ela indicava: H.D. = F 60.3 Foi a primeira vez que tive contato com um diagnóstico específico. É claro que antes de entregar a guia para o psiquitra eu procurei no Google o que isso significava e encontrei a seguinte informação:

CID 10 F 60.3 – Transtorno de personalidade com instabilidade emocional

Nota: Transtorno de personalidade caracterizado por tendência nítida a agir de modo imprevisível sem consideração pelas conseqüências; humor imprevisível e caprichoso; tendência a acessos de cólera e uma incapacidade de controlar os comportamentos impulsivos; tendência a adotar um comportamento briguento e a entrar em conflito com os outros, particularmente quando os atos impulsivos são contrariados ou censurados. Dois tipos podem ser distintos: o tipo impulsivo, caracterizado principalmente por uma instabilidade emocional e falta de controle dos impulsos; e o tipo "borderline", caracterizado além disto por perturbações da auto-imagem, do estabelecimento de projetos e das preferências pessoais, por uma sensação crônica de vacuidade, por relações interpessoais intensas e instáveis e por uma tendência a adotar um comportamento autodestrutivo, compreendendo tentativas de suicídio e gestos suicidas.
 Inclui:
Personalidade (transtorno da):- agressiva- "borderline"- explosiva

Se eu tivesse que escrever um texto para meu perfil este seria mais do que perfeito. Mas eu nunca tinha ouvido falar sobre nenhum Transtorno, muito menos de Personalidade, quem dirá então sobre Borderline. Mas ao mesmo tempo que foi frustrante também foi libertador. Sempre tive um perfil de fuçar muito sobre coisas que tenho curiosidade de aprender e a partir de então passei a devorar livros, blogs, PDFs de pesquisas e com isso encontrei outras pessoas com o mesmo problema. Encontrei também resposta para muitas coisas que nunca consegui explicar e venho desde então tentado assumir mais responsabilidade sobre tudo o que hoje faz parte do meu mundo.

Atualmente estou em fase de regulação dos meus medicamentos. Faço terapia toda segunda-feira e tenho passado com psiquiatra a cada 15 dias. Tomo Venlafaxina 150gr por dia e Quetiapina 100gr toda a noite para poder dormir e regular minha impulsividade e agressividade.

E confesso, já quis parar com as consultas com o psiquiatra, já joguei todos meus remédios no lixo, já abandonei a terapia... foi pior, sofri as consequência de ficar sem tomar os remédios, sofri as consequências de voltar a tomar os remédios, voltei para o consultório médico contando sobre meus impulsos, voltei para a terapia totalmente perdida, quase perdendo todos os avanços alcançados em anos naquele sofá. Mas desde a infância aprendi que remédio não é gostoso mas tem que tomar e tudo isso faz parte do meu tratamento.

Hoje entendo que estes 3 pontos: Terapia, acompanhamento médico e remédios são a base de qualquer tratamento, é só o começo. Claro que existem uma série de outras contribuições que podemos encontrar, mas como complementos ao tratamento em si. Eu mesma estou doida para aprender Yoga e a meditar, ainda não fui atrás de um hobbie e encontrei um trabalho onde  posso adaptar conforme os meus altos e baixos das crises de ansiedade e depressão.

Não penso mais "quando tudo isso vai acabar", entendi que sou assim e preciso em primeiro lugar me aceitar e me cuidar. Assim como cada um de nós.

Quero dedicar este espaço á compartilhar experiencias, desabafos, tratamentos, conquistas, angustias, dúvidas, medos, tudo o que envolve este universo sobre o Transtorno de Personalidade Borderline.

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